03/03/2011

Jornal Extra fala sobre o fim de Hannah Montana

Confira abaixo a matéria especial do Jornal Extra sobre o Fim de Hannah Montana:

Quando a história da adolescente comum que levava uma vida secreta como estrela pop estreou na TV americana, Miley Cyrus tinha apenas 14 anos. Filha de um cantor, a atriz acabou catapultando sua carreira musical com a série e fez de “Hannah Montana” um sucesso absoluto nos Estados Unidos e no mundo. Mais que isso: a atração, cujo último episódio vai ao ar hoje, às 20h, no Disney Channel, se tornou uma espécie de novo parâmetro para a produção televisiva voltada para o público teen, incorporando elementos da atual rotina jovem. Hoje, aos 18 anos, Miley já está longe da menina da primeira temporada. Mas não é só ela que segue rumo à renovação. Nomes como Demi Lovato e Selena Gomez, que também fizeram fama no universo Disney, já abrem espaço para uma nova geração.

— O final de “Hannah Montana” faz com que sejamos obrigados a trabalhar numa sofisticação desse mesmo tipo de formato, sabendo o que já sabemos, começando com esta base para encontrar a maneira de inová-la — avalia Cecília Mendonça, responsável pela operação dos Canais Disney na América Latina, que, no entanto, não enxerga o encerramento da série como o fim de uma era: — Acreditamos que as novas séries continuam de onde “Hannah Montana” parou.

Na quarta e última temporada, Hannah finalmente decide revelar seu mistério e abrir para o mundo sua identidade secreta: a da estudante Miley Stewart. A revelação certamente vem ao encontro dos anseios da atriz, que tem mostrado um lado mais adulto e menos infantil há tempos. Para Cecília, assim como “High School Musical” (que projetou o ex-casalzinho Vanessa Hudgens e Zac Efron), “Hannah Montana” abriu as portas para projetos que têm como alvo os tweens, público entre 9 e 14 anos.

— Hoje identificamos vários elementos que são partes da experiência tween, como música, tecnologia e redes sociais, por exemplo. Essas novas estrelas representam a realização de desejos e aspirações do adolescente, são modernas, atuais — explica Cecília.

Na cola de Miley, Demi e Selena, também de 18 anos, são as princesas da corte pop. A segunda estrelou os filmes “Camp Rock” e protagoniza a série “Sunny entre estrelas”, que vai para sua terceira temporada, enquanto a terceira está em “Os feiticeiros de Waverly Place”, cujo quarto ano estreia no canal no dia 8 de março, às 18h30m. E, assim como a atriz de “Hannah Montana”, ambas vêm mirando além das crianças — às vezes, com uma dose de polêmica. Apontada como namorada do cantor Justin Bieber, Selena faz uma linha até mais recatada. Mas tanto Demi quanto Miley já apareceram em fotos sensuais na internet, por exemplo.

“Desculpem, eu nunca, nunca disse que era perfeita”, disse Miley, em entrevista à edição americana de março da revista “Marie Claire”, depois de aparecer em um vídeo onde fumava sálvia — a erva psicotrópica é proibida em alguns estados americanos. “Para mim, foi uma decisão errada”, completou.

— Miley é um prato cheio e emocionante de novidades para blogs e tabloides. É uma menina que se apaixona por todo astro com que contracena, vive trocando de namorado e sempre foi assustadoramente muito sexual. Mas o talento existe em estrelas teens precoces, sim — acredita Phelipe Cruz, editor do site da revista “Capricho” e blogueiro do site Papel Pop, especializado em celebridades. Ele nota uma troca da guarda entre as estrelinhas: — Ninguém produz astros mirins como a Disney. Isso não vai acabar nunca.

Gerente de produto internacional da Universal Music, gravadora de Miley, Demi e Selena no Brasil, Danielle Lage considera o que chama de “cultura pop teen Disney/Nickelodeon” um “fenômeno com capacidade de dar certo muito rápido”.

— Os discos geralmente não passam do segundo single, não dependem de um grande hit para estourar, e o CD ou DVD vende por três ou quatro meses. O retorno é imediato e as vendas são mais que satisfatórias. Depois disso, a saída diminui e logo haverá outro lançamento. A ascendência desse tipo de artista é muito rápida. Mal aparece e já estourou — explica Danielle: — A importância é que estamos falando de um mercado consumidor fortíssimo. Crianças e adolescentes que talvez baixem as músicas na internet pelo imediatismo, mas que fazem questão absoluta de ter o disco do seu ídolo, a prova de que são fãs.
   

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